Dia de Lama – Torres Vedras 2013
O primeiro passeio do ano introduziu um novo conceito no espaço lúdico do Clube. Em resposta aos sucessivos pedidos de alguns associados para tornarmos as nossas iniciativas mais abrangentes, o CLRP lançou-se na organização de um evento puro e duro… sem concessões, sem paisagens e sem descanso. Assim foi anunciado e assim se cumpriu o prometido…
O cenário escolhido para um “Dia na Lama” foi a zona de Torres Vedras com os seus percursos argilosos, e se o tempo ajudou… Durante toda a semana choveu copiosamente e na noite que antecedeu o passeio as ribeiras transbordaram: estava montado o cenário. Só faltavam os “artistas” e estes não faltaram à chamada.
Na manhã de 26 de Janeiro compareceram nas Termas dos Cucos três dezenas de Land Rovers com vontade de se atirarem para o barro: Defenders de vários tamanhos e feitios, Discoveries 1 e 2, Range Rovers Classic e até, pasme-se, alguns Series.
Logo para começar surgiu o primeiro obstáculo: a subida para os Cucos com poucos a subirem o trilho principal e muitos mais a derraparem pela alternativa acima. Não contentes com a primeira, bem se “besuntaram” na segunda das subidas, inicialmente obstruída por uma árvore caída, mas que a organização e participantes trataram de remover à força de guincho e braços.
Nesta altura do campeonato já a generalidade dos Land Rovers assumia uma cor avermelhada com laivos de castanho, ainda o passeio mal tinha começado.
Se ninguém subiu ao primeiro dos moinhos, tal era a profundidade dos regos e a incapacidade dos pneus de se agarrarem ao chão enlameado, já a subida ao Moinho do Gaio fez as delícias de todos.
E como tudo o que sobe desce – dizem – também a descida brindou os participantes com valas profundas bem polvilhadas lama em grande quantidade, que aumentava à medida que se seguia ao longo do rio Sizandro.
A velocidade não era grande e nem podia ser já que era sempre necessário ajudar alguém, e aqueles que rebocavam agora era rebocados no momento seguinte, tendo todos demonstrado o espírito que caracteriza o Clube: ninguém fica para trás e sem ajuda.
Atravessadas as localidades da Ordasqueira e do Sarge, a paisagem mudou para o eucaliptal passando a lama a ter consistência e cor diferentes, a oferecer caminhos escorregadios com muitas “atravessadelas” e uma vala profunda onde um bom número dos Land Rovers mais compridos ficaram pendurados ou andaram, pura e simplesmente, a “lavrar”.
Terminada a manhã, o almoço foi em modo de “pic-nic”, aconchegado por um café fornecido pela organização mas… depressa que se fazia tarde.
Porém não se chegou depressa a qualquer parte dado que, escassos 500 metros à frente, o percurso impunha que se atravessassem regos com cerca de um metro de altura e grandes cruzamentos de eixos.
Quem não tinha pneus de lama foi conduzido à alternativa mas os Land Rovers com melhor tracção não se fizeram rogados, assumindo e desafiando o desafio. E como a um desafio se segue outro, seguiram-se dois num curto espaço de tempo: uma rampa acentuada e uma descida lateral que foram sendo ultrapassados com a ajuda da organização.
Eucaliptal adentro, com um percurso marcado por zonas de lamaçais, os participantes chegaram aos grandes desafios da tarde.
Primeiro a descida acentuada a pedir sangue frio, já que os travões tinham de “ficar em casa” e apenas a 1ª lenta devia ser usada, e depois a subida com regos profundos, muita lama à mistura e buracos onde cabiam os Defenders 90.
Se a descida foi sendo vencida com uns suspiros, já a subida foi história diferente. Na verdade, houve um verdadeiro engarrafamento porque, afinal, ninguém se queria dar por vencido e não subir na principal.
Contudo, o melhor estava para vir.
Propositadamente, a organização ofereceu aos participantes uma secção com cerca de mil metros plenos de lama da melhor, qual areia movediça. Este segmento como que dizia “atira-te à lama e diz que te atolaram”. E eles atiraram-se… e atolaram-se até aos joelhos, até ás portas. E foi aí que os guinchos funcionaram, que os pneus se descolaram, que as cintas saíram dos sacos e que todos se entreajudaram naquilo que foi um final de tarde memorável.
Contudo, a noite surgia e foi necessário dar a alternativa pois nestes curtos dias de Inverno não se quer ninguém perdido à noite e ao frio, até porque um belo Buffet aguardava os participantes que, apesar de sujos, não se fizeram rogados ante o repasto merecido.
“Um Dia na Lama” ofereceu aos participantes tudo o que procuravam e mais qualquer coisa, e solidificou um espírito de camaradagem que caracteriza o CLRP e os seus sócios.
Bem hajam a todos.
RUI TEIXEIRA
Veja a reportagem fotográfica:
Dia de Lama 2013 – Passeio
E as imagens dos reconhecimentos para este passeio:
Dia de Lama 2013 – Reconhecimentos