Passeio de Natal 2021 – Llumar
Por se tratar do evento de encerramento das actividades anuais do Clube Land Rover de Portugal e por coincidir com a época natalícia, o Passeio de Natal-Llumar tem sempre o seu “quê” de especial e este não foi exceção. A escolha da Nazaré como ponto de partida, parecia mais que adequada a este ano que teve tanto de imprevisível como de violento, qual onda gigante a rebentar na Praia do Norte.
Com o mar ainda “flat” da Nazaré como pano de fundo, e enquanto as motas de água de apoio aos surfistas deixavam a segurança do porto de abrigo, fomos brindados com uma luminosa manhã de sol. Um verdadeiro privilégio poder voltar a ver amigos de longa data com os seus Land Rover (ainda) reluzentes, prontos para partirem à aventura.
Antes da partida porém, era tempo das habituais instruções de segurança e de alguns brindes de boas-vindas, enquanto aquecíamos o corpo graças a um café acompanhado do obrigatório pastel de nata, que a época Natalícia já pede estes pequenos exageros.
Ao início, o passeio foi rolante entre a Nazaré e São Martinho do Porto, para depois seguir em direção a Salir do Porto sempre acompanhados das belas paisagens do Oeste, com as serranias a um lado e o mar a outro. Sendo Peniche o destino do dia, o percurso haveria de manter o mesmo registo de cenários, não sem algumas “ondas” pelo meio, já que durante este fim de semana a Nazaré foi mesmo palco do campeonato de surf de ondas grandes.
A primeira vaga não tardou em aparecer e provocar alguns sobressaltos, com vários participantes literalmente a tentar “surfar” nos caminhos enlameados e escorregadios.
Ao contrário do dia dos reconhecimentos, a chuva que caiu nos dias anteriores tornou os caminhos em verdadeiras pistas de patinagem, a exigir destreza ao volante, bons pneus e uma dose de “ou vai ou racha”. A dificuldade foi ficando cada vez maior à medida que as regueiras iam ficando mais profundas, com várias tentativas frustradas e alguns pára-choques empenados à mistura, a precisar da ajuda, não de motas de água, mas de outro modelo da marca.
Retomado o percurso, não tardou em chegar o segundo ponto quente, pouco antes do local previsto para o almoço em modo picnic nas margens da idílica Lagoa de Óbidos, verdadeiro santuário natural.
Novamente, as regueiras profundas que mais pareciam valas de um terreno lavrado, partiam a caravana. Enquanto alguns já estavam saciados e prontos para a etapa da tarde, outros havia que ainda tentavam sair do lamaçal, obrigando os carros de assistência do Clube a um trabalho extra(ordinário). Mas, como sempre, a Organização estava por perto para ajudar, que foi para isso que os guinchos e a camaradagem foram feitos…
Ultrapassado o desafio e repostas as energias do corpo, foi hora de rumar a alguns dos pontos mais belos do percurso com a passagem na Foz do Arelho, e daí até à Praia d’El Rey ao longo da costa marítima que deslumbrava pelas vistas do imenso oceano, terminando no Cabo Carvoeiro.
A meteorologia essa continuava de feição, e havia que aproveitar para dar uso às máquinas fotográficas, já que em vez das neblinas habituais nesta zona, era possível avistar ao longe as ilhas Berlengas.
Por entre troços que alternavam os caminhos de terra com as estradas locais, chegava-se ao derradeiro trajecto até às imediações do restaurante onde haveria de decorrer o jantar de encerramento, com uma descida de impor respeito, ideal para abrir o apetite para o prometido marisco, que por estas bandas tem fama de ser dos melhores do mundo.
Em ano de aniversário do Clube, este evento teve ainda o condão de proporcionar o encontro entre o sócio mais antigo e o mais recente, que se juntou à grande família do Clube Land Rover de Portugal apenas há alguns dias atrás.
A isto se chama fechar o ano com chave de ouro, numa prova da vitalidade e renovação do nosso Clube, que ao longo destes trinta anos tem superado as ondas e marés que lhe aparecem pela frente, por gigantes que sejam.
Texto e imagens: Clube Land Rover