LR Experience – Solihul/Inglaterra 2008

LR Experience – Solihul/Inglaterra 2008

Para celebrar o 60º aniversário da Land Rover, o Clube promoveu uma visita à Fábrica de Solihull – Home of the Legend – seguido de 1 dia com a Land Rover Experience.

O relato da viagem por João Pulido
As 3 horas da madrugada faziam já parte do passado, quando a comitiva do Clube Land Rover de Portugal chegou à terra natal da mítica marca da oval verde, Solihull. Tendo tido tempo apenas para verificar o conforto do colchão, às 9h00 estávamos todos já à porta da “Home of the Legend”, nome com que a fábrica de Lode Lane foi carinhosamente baptizada. Logo na entrada, havia uma loja da Land Rover Gear onde os entusiastas gastavam tempo e perdiam dinheiro… Pouco depois, fomos apresentados aos nossos guias e vimos um filme inédito sobre o nascimento e percurso da nossa marca de eleição. “Briefing” feito, era hora de conhecer o coração da produção da lenda…

Dividida em 2 grupos, a comitiva visitou separadamente 4 áreas diversificadas da fábrica, deslocando-se em Defenders únicos com 12 lugares (não homologados, apenas circulando no recinto da fábrica). No grupo em que me incluía a ordem foi: estudo das emissões de gases poluentes, prensas de chaparia, linha de montagem do Range Rover e linha de montagem do Defender (esta última ainda não tinha encerrado para almoço). As duas linhas de montagem foram a parte da visita mais marcante, em particular a do Defender pois foi possível admirar o trabalho manual de toda a montagem, desde a marcação do chassis, passando pela colocação do motor, transmissão, tablier, painéis da carroçaria, acabamentos… até à fase de testes. Um regalo para os olhos, difícil de descrever em palavras…

Depois da visita “oficial”, houve tempo para apreciar os parques de viaturas novas: nunca antes tínhamos visto tantos Range Rovers novos por metro quadrado (por questões de segurança, não nos foi permitido fotografar esta zona). Após o almoço num típico “Pub” inglês e com cerca de 400 km percorridos, chegámos a Coniston, North Yorkshire, já noite fechada. Instalados num fabuloso hotel de charme do séc. XIX, inserido numa propriedade de 400 hectares, fomos brindados com uma fantástica noite de descanso e de sonhos do inesquecível dia vivido.

Nova manhã em terras de Sua Majestade, novo dia de céu azul perfeito para apreciar a paisagem do Countryside britânico e flutuar nas recentes criações Land Rover. O termo é mesmo este, flutuar, porque no interior dos novos modelos dá a sensação de se estar alheio ao resto do mundo… Mas já lá vamos…

Depois de um breve “briefing” de apresentação dos instrutores, seguiram-se alguns conselhos práticos de TT onde foi possível verificar o comportamento dinâmico da carroçaria e da electrónica presente nos vários modelos. Curioso o facto de, nos cruzamentos de eixos, não se conseguir abrir a porta do Defender por contraposição com os modelos fabricados em chassis monobloco.

Após estas demonstrações, cada um de nós pode conduzir 4 modelos: Defender TD4, Discovery 3, Range Rover Sport e Range Rover. Comecei pelo topo da escala, o Range Rover, e percebi logo por que é tão afamado como o melhor e mais luxuoso 4×4 do mercado. O motor (TDV8) não se ouve no interior e acelera e trava como se não deslocasse quase 3 toneladas! Era o topo da escala de equipamento (nível VogueSE), e nada faltava… Não sabe como fazer marcha-atrás com este carro? Não há problema: ao seleccionar R na caixa de velocidades, uma camâra muito bem posicionada indica o caminho a seguir, aparecendo a imagem no ecrã do “tablier”. E é nesse mesmo ecrã que aparece toda a monitorização do sistema 4×4, do “terrain response”, dos bloqueios de diferencial (central e traseiro), posição das rodas, etc. Uma teoria excelente, mas funciona? Numa palavra, incrível!

A pista de obstáculos iniciou-se com a subida de uma escadaria… Impossível para um Range? Não! Seleccionar 2ª baixa, acelerar o suficiente, alinhar o carro e apreciar no ecrã o funcionamento de toda a panóplia electrónica: os momentos (em tempo real) da perda de tracção das rodas e consequente activação do bloqueio… Depois uma inclinação lateral elevada, mas longe do limite do carro, deixa-nos estupefactos a ver as suas capacidades. Acontece que o percurso, logo de seguida, tinha um cruzamento de eixos amplo: alinha-se o carro com o mesmo e, de repente, assenta. O instrutor pede para parar e eis que o carro, magicamente, se eleva para o “extended mode” (o nível mais “arregaçado” dos novos LR’s), vencendo o obstáculo. Neste caso o sistema funcionou com um sensor, mas pode ser seleccionado manualmente mediante o respectivo comando. E pensar que este Range é ao mesmo tempo um dos melhores executivos do mercado? Desconcertante? Talvez…

Seguiu-se o Defender: está como sempre o conhecemos, mas melhor em conforto e com um coração que sobe paredes!… Ao almoço trocaram-se impressões, e de tarde foi altura de experimentar os restantes modelos. Discovery 3 e RR Sport (foi esta a ordem) são muito semelhantes, excluindo o motor (TDV6 no primeiro, TDV8 no segundo). Foi-nos dito que outro ponto de diferença está no ACE (conhecido do Discovery 2) ausente no Discovery e presente no RR, com o intuito de tornar o Range num veículo mais desportivo. Em relação ao LR 3 (nome como é conhecido o Discovery), conduzi-o no meio de vacas (!?) e por subidas e descidas (daquelas que não se vê o fundo) e onde testei o HDC cujos comandos no volante (+/-) permitem variar a velocidade de descida consante a inclinação e independentemente do que foi seleccionado na caixa. De notar que a activação deste sistema difere do conhecido no Discovery 2: actualmente, a partir do momento em que o condutor selecciona redutoras, o HDC é activado, servindo o respectivo interruptor para o desativar.

Bom, finalmente foi a vez do Range Rover… Sport e, como o nome indica, era minha obrigação comprovar o ADN que deu origem ao seu nome de baptismo… Disse ao meu instrutor, “Vamos arrancar a fundo e ver o que acontece, pode ser?…” A sua resposta foi: “Então, imagine que tem um Porche aqui ao seu lado, está num semáforo e quer surpreender o seu condutor… O que faria?”, ao que disse “Bom, colocava a caixa em modo sport, tinha o pé no travão e acelarava a fundo, largando o outro pé ao mesmo tempo…”, “Mas falta uma coisa…” disse-me ele, “coloque o motor numa rotação pouco inferior ao binário máximo!…”. Resultado: 3, 2, 1, GO!! Fui literalmente empurrado de encontro ao meu banco, impressionante a força daqueles 272 cv!!!

Mais à frente uma potente travagem a fundo; o Sport estacou… Humm, mas não estava satisfeito… Já que ali estava, queria mais… Então fui encaminhado para uma zona de erva verde húmida e parei. “Dê uma volta inteira ao volante e acelere a fundo ao meu sinal: 3, 2, 1, GO!!”… De imediato a traseira do RRS passou pela frente obrigando à contra-brecagem… “Pare!”, “Esta é a “posição BMW”… Coloque agora o terrain response no modo relva e gelo e repita a acrobacia!…”. Desta vez, o RRS desenhou círculos perfeitos em cima da relva e quanto mais acelerador dava, menos fugia… “Isto é o que um Land Rover faz”, disse-me o instrutor. Foi incrível esta demonstração da electrónica… Só para rematar, houve uma frase que ficou na memória de todos os que viveram esta Land Rover Experience: “Um Land Rover nunca se atasca, apenas se atrasa…”, dito por um dos nossos instrutores.

No fim da tarde, ainda houve tempo para apreciar a região de North Yorkshire, rica em diversos ecossistemas e típicas vilas inglesas que merece, certamente, nova visita. O último dia foi para o regresso a Lisboa (sendo que ainda viajámos até Gatwick, onde nos aguardava o transporte aéreo…) e para recordar todo o fim-de-semana prolongado que deixará memórias e marcas impossíveis de esquecer em qualquer apaixonado(a) pela mítica marca Land Rover…

Veja o álbum fotográfico completo:
LandRoverExperience2008

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