Reportagem Dia da Lama 2019
Como já vem sendo hábito, o CLRP reserva o último sábado de Janeiro para o “ “Um dia da lama”, passeio emblemático, já na 8ª edição, onde os pontos fortes são as dificuldades e a lama.
Os deuses não têm sido clementes para connosco não nos têm brindado com uma boa dose de chuva nos dias anteriores de forma que a lama não tem sido um grande forte.
Ainda assim o passeio deste ano, sempre com o patrocínio da Peças Land Rover que tem estado connosco desde o primeiro evento, trouxe muitas e boas aventuras.
Tudo começou em Alenquer com um bons 5 graus, a máquina do café a bombar e pastéis de nata para animar a hoste de Defenders, Discoveries e Range Rovers.
Depois do briefing inicial onde foram relatadas as principais dificuldades e já com os tracks carregados nos GPS´s e smartphones, foi dada a partida.
A primeira parte do percurso foi relativamente dócil … alguns caminhos de lama e boas paisagens sobre o estuário do Tejo e sobre a Serra de Montejunto e por caminhos estreitos, a subir e descer colinas.
O primeiro grande desafio chegou perto do Sobral de Monte Agraço onde foi necessário atravessar o Sizandro a vau. Não é que o obstáculo parecesse de grande dificuldade. A final era só atravessar o rio. O problema era que à saída os eixos cruzavam e mesmo que se atravessasse caiasse numa cama de canas onde a tracção era zero. À saída tinham 50 metros de regos fundos.
O primeiro a ir foi um Defender. Foi e … ficou. Voltou atrás e não seguia para a frente. Duas, três vezes. Salta guincho. Puxado, lá saiu. Depois vem outro. Mais potência, mais garra e lá passou. Terceiro candidato. Bem tentou com algumas instruções menos boas do co-piloto voltou a sair o guincho. E dai para a frente, uns tentaram e conseguiram e outros tentaram e não mas estava tudo bem. Sorrisos e histórias para contar mas a manhã ainda não estava feita.
Seguiram os participantes por montes e vales e quintas pitorescas até ao próximo desafio. Um comprido corta-fogo cortado a meio por dois socalcos naturais onde a potência contava muito mas o condutor fazia a diferença.
Muitos tentaram e alguns conseguiram fazer o troço muito à custas de cavalos a relinchar e nós de dedos brancos agarrados ao volante. Certo é que cada passagem levava a uma salva de palama dos mirones que lá iam como que apostando em quem passava ou não.
Nestes propósitos se chegou ao local do almoço tendo o último participante passado o obstáculo por volta das 13.45h.
Retemperados com a refeição – o almoço foi volante – e bebido o café da tarde, oferta do CLRP, a menos de 50 metros estava o primeiro desafio da tarde. Se os outros tinham sido a subir este foi a descer … e muito e com regos profundos para testar os nervos, sendo certo que tínhamos outras para vir.
O desafio foi superado com muitas palmas e abraços mas o seguinte relevou-se mais problemático.
Já no briefing tínhamos alertado para este desafio dado ser uma subida com uma inclinação acentuada no final e com o piso coberto de relva molhada. As condições de tracção eram más e a dada altura só se via o azul do céu.
Alguns tentaram e alguns sustos apanharam, especialmente na parte em que era suposto vir para trás. Tudo se resolveu criando pontos de ancoragem e agindo com calma. Também tivemos semi-eixos partidos devido a peso excessivo no acelerador e bloqueios que deixaram de funcionar devido a esforço excessivo mas ninguém se magoou e isso é o que conta. O resto são ossos do ofício e o “Um dia da Lama” é o que é.
No final contámos apenas com duas subidas conseguidas entre os participantes e quem passou não deixou os outros esquecerem o facto.
E como quem sobe desce, a descida foi feita de patins. Quinhentos metros a deslizar por ali abaixo com lamazinha daquela eterna porque do lado norte da montanha… yupiiii.
A tarde já ia longa (e os dias são pequenos) mas ainda conseguimos seguir até Runa e daí mais uma subida mas esta em estradão e um pequeno desfio para cruzar eixos e para pequenas conversas.
O dia acabou cedo, cerca das 19.30 em A. dos Cunhados com um belo porco no espeto, oferta da Peças Land Rover, que bem serviu para retemperar forças.
O dia acabou como começou: frio e com muitos sorrisos. Para dizer a verdade com mais sorrisos à noite que de manhã pois o passeio cumpriu o prometido e fez jus aos seus pergaminhos.
É o passeio mais duro do CLRP, tem lugar no primeiro fim-de-semana de cada ano e volta em 2020.