Travessia Lousã-Estrela 2011

Travessia Lousã-Estrela 2011

O dia acordou muito bem disposto na Lousã. A t-shirt ou a manga curta era obrigatória e muitos de nós até apostaram nuns calções. Apesar do ar serrano, sempre fresco, o dia prometia ser longo, pois o objectivo do dia era ir jantar à distante Covilhã, na Serra da Estrela.

Reunidos os Land Rovers, ligados os GPS, partimos rumo à serra. A saída da Lousã é uma subida bastante abrupta dentro de vegetação algo densa, onde alguns têm que usar as redutores para poupar a mecânica.

Vencidas as subidas iniciais, eis que chegamos ao planalto. O dia está com uma visibilidade extraordinária e as flores desabrocharam para nos saudar à nossa passagem. Podemos vislumbrar nitidamente o nosso caminho a serpentear pela serra. Vamos ultrapassando pequenas povoações, com algumas passagens mais estreitas a lembrar-nos que existem caminhos mais tortuosos a percorrer, para apimentar o passeio. Estamos a percorrer a Serra da Lousã rumo ao maciço da Serra da Estrela, sempre por fora de estrada, alternando entre planaltos e vales, passando por pequenas povoações, isoladas, mas vivas.

Cumpridos uns 50 km de percurso, chegamos a Cepos, para repôr energias. Um bonito e cuidado local de piquenique espera-nos. Nas mesas cada um coloca os seus comeres, num alegre e saudável convívio, trocando os petiscos que levamos.

Retomado o caminho, agora é tempo dos planaltos. As “ventoinhas” são uma constante e as flores com os seus cheiros continuam a saudar-nos. Com uma visibilidade ímpar, começamos a avistar ao longe uma montanha, que é o nosso destino. Os nossos olhos vão absorvendo uma paisagem única até que do nosso lado esquerdo, começa a surgir uma terra muito característica de Portugal: Piodão. Abandonamos o planalto e descemos para o Piodão. É tempo de repousar um pouco, comer um gelado e refrescarmo-nos um pouco. São 16:30 e a “Estrela” espera-nos.

Subimos novamente ao planalto e agora é nítido o caminho pelas cumeadas. Belos estradões onde se pode circular a boa velocidade, alternados com estradas em encostas, sempre com a Serra da Estrela como pano de fundo.

São 17:30 e chegamos ao sopé da Estrela. Percorremos uma estrada que vai contornando o sopé da serra, sempre à espera do momento onde a vamos começar a subir. Chegamos a Vide e viramos para dentro da serra. É chegado o momento de olhar para cima, sabendo que iremos rumar à Torre, sempre a subir. Mais um pouco de asfalto e entramos em terra. É tempo de meter redutores e subir os corta-fogos à nossa frente. Estamos numa zona da serra que poucos conhecem, menos turística. E continuamos a subir por estradões e corta-fogos rumo ao céu. A excitação é grande e paisagem fantástica e respira-se o ar serrano, já estamos a uma altitude significativa.

Continuamos a subir até não haver mais caminhos de terra. A partir daí entramos no asfalto tortuoso e rumamos à Torre, próximo ponto de encontro. São 18:30 e ainda há tempo para brincar com uns restos de neve que ainda por lá existem. Todos apontamos para o distante ponto de partida da manhã, a Lousã, e custa a acreditar que ao fim da tarde ali estamos, vindos quase sempre por fora de estrada.

São horas de rumar à Covilhã, onde nos espera um bom banho e um jantar serrano. O objectivo de ligar a Lousã à Serra da Estrela estava cumprido.

O Domingo acordou igualmente bem disposto, com uma luminosidade própria da serra, mas rara de acontecer. O destino era Folgosinho, com muita serra pelo meio. Rumamos à Torre e já lá em cima, desviamos para o Vale Glaciar do Zêzere e Manteigas. Hoje era ao contrário, partimos de cima e vamos descendo. O bonito vale glaciar, a visita ao Poço do Inferno, por entre uma vegetação abundante e verdejante, que esconde o sol lá em cima. Um desafio à navegação, pois os sinais dos satélites são por vezes fracos, devido ao arvoredo tão denso.

Chegados a Manteigas é tempo de rumar a Folgosinho, subindo primeiro às Penhas Douradas. A encosta onde se situa Folgosinho é a mais fustigada pelos ventos, pelo que depois do arvoredo, a paisagem muda para agreste, com vegetação rasteira. São uns bons estradões até ao destino final, Folgosinho. É lá que tiramos a tradicional fotografia de grupo.

O almoço de encerramento foi no Albertino, famoso restaurante local, onde comemos vários pratos regionais de comer e chorar por mais. Ficamos todos cheios de boa comida e boa companhia.

Um fim de semana com cerca de 250 km de serra, paisagens fantásticas, estradões e corta-fogos, boa disposição, convívio e gastronomia local de grande qualidade.

Tudo o que se pretende de uma Travessia do Clube Land Rover, viver em pleno este belo país que temos.

MIGUEL RUELA

Veja o álbum fotográfico completo da Travessia Lousã-Estrela:
TravessiaLousaEstrela2011

E veja também as fotos dos Reconhecimentos que foram feitos para este passeio:
TravessiaLousaEstrela2011Reconhecimentos

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